sábado, 23 de junho de 2012

Percebendo a dança

Quem sou? O que quero? De onde vim? Para onde vou?
O que fazer agora para viver a vida neste momento?
Estas e outras questões podem ser partes do dia a dia de muitos aqui entre nós agora, mas quais as respostas?

Num primeiro momento podemos ler mais, estudar mais, querer saber mais sobre tudo e logo percebemos que o estado interior provocado pelas indagações continua ativo. Mesmo que tenhamos um conhecimento sobre algo, uma determinada ciência, uma determinada filosofia, enfim, conhecimentos intelectuais sobre assuntos que possam nos ajudar a responder isso, chegamos num ponto onde nada é resposta e onde tudo é pergunta. Se formos mais adiante vamos perdendo as convicções e é nesse ponto que começamos a ter um vislumbre das respostas, mas mesmo assim continuamos a jornada para conseguir respostas fora de nós mesmos.

Percorri vários caminhos fora de mim quando um dia enfim cansei de me esforçar em saber algo que nem sei se seria útil para mim agora. Quando paro e entro em mim mesmo começo a perceber algo que não sei o que, nem o que é. Um lugar onde tudo é percebido e nada é indagado nem respondido. Um ponto onde tudo e nada convivem sem medo e sem conceitos. Quando canso percebo, quando paro começo, quando sinto transformo. Nada sei sobre isso e tudo sei sobre o que percebo. Nesse momento tudo é relativo e existe apenas a percepção de quem percebe.
Esse que percebe será que sou eu? Quando pergunto isso deixo de ser quem percebe e volto a ser Eu, cheio de indagações e fugas e encontros com alguém que eu acho que conheço, Eu. O Eu separado por pensamentos, conceitos, sentimentos e cores que somente o Eu vê.

Será que se deixar de ser Eu consigo Ser o que realmente sou? Essa pergunta ainda é do Eu. Novamente começo a dança sem par, separada da dança do Ser. Em outro instante percebo que nada encontrei e volto pra dentro para aquele lugar onde percebi que não sou somente Eu. Uma estrada para o que percebe. Quando chego não sou Eu e percebo o Ser e começa a dança agora com vários pares, infinitas possibilidades, pois não sou Eu separado, sou e percebo o Ser. Agora posso voltar no Eu e nunca mais estarei na dança sem par.  O Eu agora é parte como sempre foi, o que existia era a ilusão da mente separada, da emoção separada, do físico separado, de Eu ser separado. Era apenas uma ilusão.  Agora e digo agora, nesse ponto em que escrevo sou Um com tudo e com você que lê. Perceba a dança.

Um comentário:

  1. Parceiro na dança: percepção para chegar Aqui e estar apenas na Presença do eterno Agora. É assim que caminho meu caminho sem ida nem vinda a partir de sempre, no momento do (re)encontro com um "Toque". Aquele que me tocou, e a você e a nós todos Um.
    Gratidão pelo aconchego e pelas partilhas. À você e Malu.
    Carinho,
    Valeria

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